terça-feira, 16 de setembro de 2008

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Membrana Plasmática

Membrana Plasmática
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- Revestimento celular constituído de fosfolipídios e proteínas. É responsável pela manutenção das diferenças entre o meio externo e o ambiente intracelular. - é constituída por três camadas: duas externas (escuras) e a central (clara) - princ. Componentes químicos: lipídios (fosfolipídios) e proteínas. Considerada lipoprotéica.

ENVOLTÓRIOS EXTERNOS
São revestimentos externos da MP que lhe dão proteção e suporte físico.

GLICOCÁLIX
- Reveste externamente as células animais - é formada por moléculas de glicídios frouxamente entrelaçadas - protege a célula contra agressões, retém nutrientes e enzimas. Mantém um microambiente adequado ao redor da célula.

PAREDE CELULÓSICA
- Reveste externamente a MP de plantas e algas - é um envoltório espesso, relativamente rígido, constituído principalmente pela celulose (polissacarídeo), encontrada sob forma de longas e resistentes fibras (microfibrilas celulósicas). As microfibrilas são mantidas unidas pela matriz formada por glicoproteínas e dois polissacarídeos ( himicelulose e pectina). Seus componentes são sintetizados no citoplasma e expelidos da célula, depositando-se sobre a superfície externa da MP - parede primária: encontrada em células jovens de plantas, fina e elástica, permite o crescimento celular - parede secundária: camada espessa e rígida, onde novos componentes depositam-se internamente à parede primária, depois que a célula atinge tamanho e formas definitivas

MODELO DO MOSAICO FLUIDO
-Criado em 1972 por Singer e Nicholson, explica a organização da membrana plasmática - MPCelulares formadas por duas camadas de fosfolipíos. Nelas se incrustam moléculas de proteína: algumas aderidas superficialmente, outras mergulham profundamente, podendo atravessar a membrana. Os fosfolipídios movem-se continuamente, tem fluidez de movimento, mas não perdem o contato uns com os outros, por isso as membranas são flexíveis.

PERMEABILIDADE CELULAR
A membrana é permeável a algumas substâncias e impermeável a outras, apresenta semipermeabilidade. Ocorre uma certa seleção do que entra e sai da célula, há permeabilidade seletiva. A passagem de algumas subst. é totalmente facilitada e outras tem sua passagem totalmente impedida.

DIFUSÃO
- É um processo espontâneo onde as partículas tendem a se espalhar graças ao movimento contínuo e casual de átomos e moléculas - diversas substâncias (como água, gases e outras com moléculas peq.) entram e saem da célula por simples difusão - se a substância estiver mais concentrada fora da célula, ela entrará. Se a substância estiver mais concentrada dentro da célula ela sairá.

OSMOSE
- É um tipo de difusão que ocorre quando duas soluções aquosas de concentração diferentes entram em contato através de uma membrana semipermeável

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Célula

Introdução

As células são os menores e mais simples componentes do corpo humano. A maioria das células são tão pequenas, que é necessário juntar milhares para cobrir a área de um centímetro quadrado. As unidades de medida são o macrômetro (µm), o nanômetro (nm) e o angstron (Å).

  • Células - rins, pele e fígado (30 µm em média); hemácias (entre 5 µm e 7µm).
  • Óvulo - 0,1 mm.

Citologia

O termo célula (do grego kytos = cela; do latim cella = espaço vazio), foi usado pela primeira vez por Robert Hooke (em 1655) para descrever suas investigações sobre a constituição da cortiça analisada através de lentes de aumento. A teoria celular, porém, só foi formulada em 1839 por Schleiden e Schwann, onde concluíram que todo ser vivo é constituído por unidades fundamentais: as células. Assim, desenvolveu-se a citologia (ciência que estuda as células), importante ramo da Biologia. As células provêm de outras preexistentes. As reações metabólicas do organismo ocorrem nas células.

Componentes químicos da célula

  • Água - 70% do volume celular é composto por água, que dissolve e transporta materiais na célula e participa de inúmeras reações bioquímicas.
  • Sais minerais - São reguladores químicos.
  • Carboidratos - Compostos orgânicos formados por carbono, hidrogênio e oxigênio. Exemplos: monossacarídeos (glicose e frutose); dissacarídeos (sacarose, lactose e maltose); polissacarídeos (amido, glicogênio e celulose). Que tem a função de fornecer energia através das oxidações e participação em algumas estruturas celulares.
  • Lipídios - Compostos formados por carbono, hidrogênio e oxigênio; insolúveis em água e solúveis em éter, acetona e clorofórmio. Exemplos: lipídios simples (óleos, gorduras e cera) e lipídios complexos (fosfolipídios). Tem participação celular e fornecimento de energia através da oxidação.
  • Proteínas - Compostos formados por carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, que constituem polipeptídios (cadeias de aminoácidos). Exemplo: Albumina, globulina, hemoglobina etc. Sua função é na participação da estrutura celular, na defesa (anticorpos), no transporte de íons e moléculas e na catalisação de reações químicas.
  • Ácidos Nucléicos - Compostos constituídos por cadeias de nucleotídeos; cada nucleotídeo é formado por uma base nitrogenada (adenina, guanina, citosina, timina e uracila), um açúcar (ribose e desoxirribose) e um ácido fosfórico.
  • Ácido Desoxirribonucléico (DNA) - Molécula em forma de hélice formada por duas cadeias complementares de nucleotídeos. O DNA é responsável pela transmissão hereditária das características.
  • Ácido Ribonucléico (RNA) - Molécula formada por cadeia simples de nucleotídeos. O RNA controla a síntese de proteínas.
  • Trifosfato de Adenosina (ATP) - Tipo especial de nucleotídeo, formado por adenina, ribose e três fosfatos. Tem a função de armazenar energia nas ligações fosfato.

Membrana Celular

A membrana celular é semipermeável e seletiva; transporta materiais passiva ou ativamente.

  • Transporte Passivo - Difusão no sentido dos gradientes de concentração, sem gasto de energia. Como no transporte de glicose.
  • Transporte Ativo - Movimentação contra gradientes de concentração, com gasto de energia. Exemplo: bomba de sódio, que concentra K+ mais dentro que fora da célula e Na+ mais fora que dentro.
  • Transporte Facilitado - Proteínas transportadoras ou permeases modificam a permeabilidade da membrana; ocorre tanto passiva quanto ativamente.

Célula Animal

Esquema de uma célula animal.

Organização do Citoplasma Celular

Citoplasma Fundamental

Hialoplasma - colóide com 85% de água e proteínas solúveis e insolúveis (microfilamentos e microtúbulos); reversão de gel para sol e vice-versa.

Retículo Endoplasmático (RE)

Sistema de endomembranas que delimitam canais e vesículas.

  • RE rugoso - retículo endoplasmático associado a ribossomos; local de síntese de proteínas; também denominado RE granular.
  • RE liso - retículo endoplasmático sem ribossomos; local de síntese de lipídios e de carboidratos complexos; também denominado RE agranular.

Ribossomos

Grânulos de 15 a 25 nm de diâmetro, formados por duas subunidades; associam-se ao RE ou encontram-se livres no hialoplasma; são constituídos por proteínas e RNA ribossômico; ligam-se ao RNA mensageiro formando polirribossomos. Tem a função de síntese de proteínas.

Complexo de Golgi

Sistema de bolsas achatadas e empilhadas, de onde destacam-se as vesículas; pequenos conjuntos que são denominados dictiossomos. Armazenam substâncias produzidas pela célula.

Lisossomos

São pequenas vesículas que contêm enzimas digestivas; destacam-se do complexo de Golgi e juntam-se aos vacúolos digestivos. Fazem a digestão intracelular; em alguns casos, extracelular.

Peroxissomos

São pequenas vesículas que contêm peroxidase. Tem a função de decomposição de peróxido de hidrogênio (H2O2), subproduto de reações bioquímicas, altamente tóxico para a célula.

Vacúolos

São cavidades limitadas por membrana lipoprotéica. Os vacúolos podem ser digestivos, autofágicos ou pulsáteis.

  • Vacúolo Digestivo - As partículas englobadas são atacadas pelas enzimas lisossômicas, formando um fagossomo.
  • Vacúolo Autofágico - Digere partes da própria célula.
  • Vacúolo Pulsátil - Controla o excesso de água da célula; comum nos protozoários de água doce.

Centríolos ou Diplossomos

Organelas constituídas por dois cilindros perpendiculares um ao outro; cada cilindro é formado por nove trincas de microtúbulos; ausentes nas células dos vegetais superiores. Tem a função de orientação do processo de divisão celular.

Cílios e Flagelos

São expansões filiformes da superfície da célula; os cílios são curtos e geralmente numerosos; os flagelos são longos e em pequeno número. São formados por nove pares periféricos de microtúbulos e um par central; o corpúsculo basal, inserido no citoplasma, é idêntico aos centríolos. Tem a função de movimentação da célula ou do meio líquido.

Mitocôndrias

São organelas ovóides ou em bastonete, formadas por uma dupla membrana lipoprotéica e uma matriz. A membrana externa é contínua e a interna forma as cristas mitocondriais. Nestas, prendem-se as partículas mitocondriais, constituídas por enzimas respiratórias: NAD, FAD e citocromos. Possuem DNA, sintetizam proteínas específicas e se auto-reproduzem. Produz energia na célula, sob forma de ATP.

Célula e Energia (Respiração Celular)

O que é a respiração celular?

A respiração celular é a obtenção de energia pela oxidação de moléculas orgânicas, principalmente glicose.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Tecido Sanguíneo


- Componentes:

- Plasma (parte líquida): Contém água, vitaminas, carboidratos, hormônios, proteínas (fibrinogênio, que atua no processo de coagulação do sangue. Albumina, mantém a viscosidade sanguínea e globulina, atua como anticorpo)

Obs.: O soro sangüíneo é o plasma sem fibrinogênio.

- Elementos figurados: Hemácias; Leucócitos; Plaquetas;

- Hemácias,Glóbulos Vermelhos ou Eritrócitos

- São bicôncavas e dicoidais;
- São anucleadas (sem núcleo);
- Possuem alta taxa de hemoglobina;

- Atuam no transporte de gases respiratórios (O2 e CO2);
- Duram cerca de 120 dias

- A quantidade de hemáceas no indivíduo varia com: sexo; altitude; presença de certas doenças;

Obs.: Quando uma pessoa vai para um local de maior altitude e ali permanece por um certo tempo, ocorre o aumento do número de hemácias para compensar a falta de oxigênio no ar rarefeito destas regiões. Esse fenômeno é denominado Hiperglobulia das Altitudes

- Leucócitos ou Glóbulos brancos;

- São nucleados.
- Os núcleos são de várias formas (polimorfismo nuclear);
- Emitem pseudópodes;

- Os glóbulos brancos atuam na defesa do organismo através da fagocitose e da produção de anticorpos.

- Produzidos no tecido mielóide e no linfóide

- Podem ter ou não granulações no citoplasma;

Obs.:
- Leucopenia: É a diminuição do número de glóbulos brancos no sangue;
- Leucocitose: É o aumento de glóbulos brancos no sangue. Ex.: em infecções;
- Leucemia: É o aumento exagerado de glóbulos brancos no sangue, podendo ir além de 100 mil por mm³ de sangue.

- Tipos de Glóbulos Brancos:
- Agranulócitos :Sem granulações no citoplasma
- Linfócitos (25 %) - Função: defesa pela produção de anticorpos;

- Monócito (6 %) - Função: defesa do organismo através da Fagocitose;

- Granulócitos : São os glóbulos brancos que possuem granulações no citoplasma. São eles:

- Neutrófilos ( 65% ) - Função : defesa do organismo através da fagocitose;
- São os leucócitos mais numerosos;
- Quando morrem formam o pus;

- Eosinófilos ou didófilos ( 3%) - Atuam em processos alérgicos;

- Basófilos - Contém a heparina e a histamina;

- Plaquetas ou Trombócitos:
-São anucleadas;
- Não são células e sim fragmentos;

- As plaquetas são produzidas na medula óssea vermelha a partir de células denominadas megacariócitos;

Obs.:
- Trombocitose: aumento das plaquetas (trombose)
- Trombocitopenia: baixo número de plaquetas - hemorragia

- As plaquetas atuam no processo da coagulação do sangue através da produção de uma enzima denominada Tromboplastina

- Mecanismo da Coagulação do Sangue

Esperança de vida

Sou contra o aborto.

Sou até mesmo contra o uso da pílula do dia seguinte.

Sou pela vida sempre.

Justamente porque sou pela vida, é que sou favorável ao uso de células-tronco embrionárias em pesquisas.

Esse tipo de material, que seria descartado, poderá se transformar em expectativa de vida e posteriormente, com os estudos mais avançados, em “vida” propriamente dita.

A polêmica é compreensível. A princípio também foi difícil aceitar a doação de órgãos de uma pessoa com morte cerebral. Hoje, a grande maioria das pessoas tem consciência da importância desse procedimento.

Na verdade, a opinião pública está a favor das pesquisas, mas há resistência da Igreja.

Acredito, porém, que o STF votará favoravelmente.

Para o bem de todos.

E para uma nova reflexão da Igreja.

Nota: Após o pedido de vista do processo feito pelo ministro Carlos Alberto Menezes Direito, o Supremo Tribunal Federal adiou por prazo indeterminado o julgamento sobre a ação de inconstitucionalidade contra o artigo da Lei de Biossegurança que libera o uso de embriões congelados em pesquisas.


A pesquisa em células-tronco


Alegar que certos avanços eliminam a necessidade de estudos com células-tronco embrionárias contraria o bom senso científico

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TENDÊNCIAS/DEBATES - FOLHA DE SÃO PAULO

ÁLVARO MONTEIRO e MARCELO O. DANTAS

CÉLULAS-TRONCO são células não especializadas com a capacidade de se renovarem, mediante a divisão celular, e de se tornarem, sob certas condições fisiológicas ou experimentais, células com funções especiais, tais como as células do músculo cardíaco ou do sistema nervoso. Entre as células-tronco, três grupos se distinguem: as células-tronco germinativas, que dão origem aos óvulos e espermatozóides; as células-tronco embrionárias (CTEs); e as células-tronco adultas (CTAs). A principal diferença entres esses grupos é a capacidade de diferenciação em células especializadas.

As células-tronco germinativas podem formar um organismo inteiro. Porém, à medida que o organismo se desenvolve, o leque de possibilidades de diferenciação se reduz.

As CTEs, objeto da controvérsia no STF, têm potencial ilimitado de proliferação e alta capacidade de diferenciação. Para chegar às CTEs, é preciso extraí-las do embrião em estágio inicial, que ainda não passa de um conjunto microscópico de células.

Já as CTAs são células não diferenciadas, que se encontram em pequenas quantidades em certos tecidos do corpo e são capazes de se diferenciar em células especializadas. O leque de possibilidades de diferenciação delas é extremamente reduzido, limitando-se em geral à manutenção e ao reparo dos tecidos em que são encontradas.

A pesquisa com células-tronco tem longa história, mas ganhou impulso a partir da década de 1980. Trata-se de esforço internacional, que tem por objetivo central esclarecer os processos normais da célula e entender seus estados patológicos. Há também interesses terapêuticos com implicações econômicas e de saúde pública.

Lesões da coluna vertebral, mal de Parkinson e doenças crônicas do coração são problemas que poderão, no futuro, ser tratados com ferramentas desenvolvidas a partir das investigações com células-tronco. Não se trata de uma panacéia. Mas é sem dúvida um capítulo importante da pesquisa biomédica.

Os estudos até aqui realizados utilizam tanto CTEs quanto CTAs. Dada a capacidade limitada das CTAs, vários grupos concentraram esforços na chamada “reprogramação” de células especializadas (derivadas de diferentes tecidos adultos) em células pluripotentes, similares às CTEs.

Em 2007, esses esforços culminaram na identificação de combinações de genes que, ao serem transferidos para as células e ativados, são capazes de transformar células de pele em células pluripotentes. A essa técnica chama-se pluripotência induzida.

A alegação de que os avanços nessa área eliminam a necessidade de estudos com CTEs contraria o bom senso científico. A natureza das células obtidas por pluripotência induzida é pouco conhecida e precisaremos de vários anos para chegar ao nível de conhecimento hoje existente sobre as CTEs. Além disso, diversos obstáculos terão de ser superados. Por exemplo, a ativação de um dos genes usados na indução está freqüentemente associada ao câncer em humanos e em modelos experimentais. Os vetores virais usados para a inserção desses genes nas células a serem reprogramadas também apresentam potencial tumorigênico.

Em contraste, a pesquisa com CTEs poderá chegar muito mais rapidamente às aplicações terapêuticas ou mesmo concluir que essas aplicações não serão possíveis.

O conhecimento científico caminha por múltiplas vertentes, que se relacionam e se complementam. Não pode haver avanço seguro na área da pluripotência induzida sem a comparação com as CTEs, células livres de modificações genéticas. De fato, as CTEs constituem o “padrão-ouro” com respeito ao qual todos os resultados são comparados. É também notório que os trabalhos em pluripotência induzida surgiram a partir da observação de que a fusão de CTEs com células de tecidos adultos levava à reprogramação. Possivelmente, sem a pesquisa em CTEs, a pluripotência induzida não teria sido descoberta.

A disciplina da bioética, que lida com os critérios da boa pesquisa, informou o legislador na elaboração da Lei de Biossegurança. Segundo esse texto legal, os embriões a serem utilizados na pesquisa científica devem ser inviáveis ou estar congelados por ao menos três anos, fazendo-se necessário o consentimento expresso dos genitores. São eles que decidem, em última instância, se desejam manter o embrião congelado, implantá-lo, descartá-lo ou doá-lo à ciência. A fertilização “in vitro” gera embriões excedentes. Quem doa um deles à ciência age no mesmo espírito humanitário que norteia a doação de órgãos.


ÁLVARO MONTEIRO , 43, biólogo molecular, pós-doutorado pela Rockfeller University (EUA), é chefe do laboratório de genética de câncer do Moffitt Cancer Center (Tampa, Flórida). MARCELO O. DANTAS , 44, é escritor, economista e diplomata. Responsável pelos temas de Unesco no Ministério das Relações Exteriores, acompanhou a negociação da Declaração Universal de Bioética e Direitos Humanos.


Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br

Popeye tinha razão

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Espinafre é bom para aumentar os músculos, diz estudo

Esteróides encontrados nas folhas da verdura aumentam a velocidade do crescimento dos tecidos em até 20%

BBC Brasil

SÃO PAULO - Um estudo americano diz ter comprovado que o espinafre pode ajudar a aumentar os músculos. A tese, defendida nos desenhos animados do marinheiro Popeye, foi testada em laboratórios por especialistas da Universidade de Rutgers, em Nova Jersey.

Os cientistas extraíram esteróides encontrados nas folhas da verdura e avaliaram sua ação quando em contato com amostras de tecido muscular humano. Eles perceberam que os esteróides aumentaram a velocidade do crescimento dos músculos em até 20%. Os especialistas acreditam que o esteróide age diretamente sobre proteínas, transformando-as em massa muscular.

O estudo, publicado pela New Scientist, repetiu os testes com ratos e observou que o efeito foi o mesmo. Os pesquisadores afirmaram, no entanto, que quem deseja contar com a ajuda do espinafre para ficar mais forte deve comer pelo menos 1 quilo da verdura diariamente.

Estudos anteriores sugerem que o espinafre pode ajudar pessoas com excesso de peso a emagrecer, ao diminuir a velocidade da digestão de gordura e prolongar a sensação de saciedade.

Outras pesquisas também já mostraram que a verdura pode aumentar a capacidade cerebral ao manter a mente aberta.

Corantes sob suspeita

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Autoridades européias querem banir aditivos que causariam hiperatividade em criança

O GLOBO

Autoridades de saúde européias recomendaram a proibição de seis corantes artificiais até 2009. Eles são suspeitos de causar hiperatividade e outros distúrbios de comportamento em crianças suscetíveis. Os aditivos são empregados em doces, bolos e refrigerantes e estão em uso no Brasil. A Agência de Alimentos do Reino Unido (FSA, na sigla em inglês) recomendou aos governos de países da União Européia que peçam as indústrias para banir os seis corantes até o fim de 2009. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), quando há uma decisão internacional como esta, ela costuma levar a medida em consideração para ver se é o caso de adotá-la no Brasil.

A FSA também vai aconselhar e reforçar o alerta aos pais a respeito dos perigos das substâncias tartrazina (E102), amarelo quinolina (E104), amarelo pôr-do-sol (E110) carmoisina (E122), Ponceau 4R (E124) e vermelho allura AC (E129). Estes corantes e o preservativo benzoato de sódio (E211) foram associados à hiperatividade em estudo da Universidade de Southampton, no Reino Unido. As crianças tornaram-se distraídas e falharam em testes de atenção.

No momento, não há qualquer estudo na Anvisa para mudar o uso de corantes em alimentos.

Há apenas uma pesquisa em andamento na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, sobre os efeitos da tartrazina no organismo humano. A suspeita é que a substância pode provocar reações alérgicas.

A relação dessas substâncias é encontrada nos rótulos e os consumidores brasileiros podem conferir se eles estão na lista dos corantes que a FSA considera suspeitos de provocar distúrbios em crianças.

Os autores da pesquisa britânica estimam que 30% dos casos de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) seriam evitados se a indústria retirasse os corantes dos alimentos. Com essa decisão, grandes fabricantes e distribuidores teriam de reformular centenas de produtos, incluindo sorvetes, doces, shakes e refrigerantes.

Alguns produtos para os quais ainda não foram encontrados substitutos, como bolos, podem ser retirados temporariamente ou de forma definitiva. Os autores do estudo, publicado na revista científica “The Lancet” em setembro, disseram que os aditivos foram tão nocivos quanto o chumbo na gasolina, o qual foi banido depois de baixar em cinco pontos testes de QI em crianças. De acordo com pesquisadores, há evidências de que os aditivos pioram o comportamento de crianças normais e com TDAH.

— É dever da FSA colocar os consumidores em primeiro lugar. Esses aditivos dão cor aos alimentos, mas não apenas isso. Então seria razoável, à luz do estudo, removêlos — disse Deirdre Hutton, diretora da agência.

Substâncias deixam crianças distraídas

 A direção da FSA não tomou qualquer medida contra o benzoato de sódio porque ele é um preservativo, não um corante. O E211, que também está associado a problemas de saúde, é encontrado em refrigerantes e sua retirada iria exigir grandes investimentos e desafios tecnológicos por parte das indústrias.

A agência diz que a decisão não “significa a retirada imediata das substâncias”. Desde a década de 70, o consumo dos chamados aditivos “E” está relacionado com problemas de comportamento, mas esse debate se intensificou com o estudo da Universidade de Southampton.

— Esta decisão é uma notícia importante para as crianças e seus pais. Há muitos anos sabemos que os aditivos alteram o comportamento das crianças — disse Richard Watts, do Children’s Food Campaign.

Já a Federação de Bebidas e Alimentos classificou a decisão do FSA como “bizarra”, e disse que “a maioria dos produtos não contém estes corantes.” Órgãos ligados à saúde criticaram o fato de FSA recomendar o cumprimento voluntário da decisão, em vez de proibir diretamente os compostos

02/04/2008 - 05:17h Conflito sexual explica menopausa

Para britânicos, interrupção da fertilidade evoluiu em humanos para reduzir competição entre fêmeas

Dupla de biólogos agora vai usar dados de estudo para pesquisar genes ligados à menopausa precoce e outras falhas de fertilidade

Reuters - 7.out.2005

Shirley MacLaine (dir.), que interpreta a avó de Cameron Diaz (esq.) no filme “Em Seu Lugar’

RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL - Folha de São Paulo

Dois pesquisadores no Reino Unido propuseram uma nova hipótese para explicar um dos maiores mistérios da vida sexual do ser humano: por que as mulheres entram em menopausa e perdem sua capacidade reprodutiva? A resposta estaria no “conflito reprodutivo” entre fêmeas de idades diferentes.
Faz meio século que o biólogo George C. Williams propôs a “hipótese da avó” para explicar a sobrevivência das mulheres além da sua idade reprodutiva -algo que não acontece entre outros animais vertebrados de vida longa (há baleias que continuam férteis aos 90 anos).
Apesar de não terem mais filhos, as avós ajudariam suas filhas a sobreviver e a se reproduzir, melhorando assim a sua própria aptidão em deixar descendentes -pré-requisito da evolução darwinista.
“Mas, se as hipóteses atuais podem explicar a sobrevivência continuada de fêmeas pós-reprodutivas, elas têm dificuldade em explicar porque elas pararam de se reproduzir em primeiro lugar”, escreveram os biólogos Michael Cant, da Universidade de Exeter, e Rufus Johnstone, da Universidade de Cambridge, na revista científica “PNAS”, publicada pela Academia de Ciências dos EUA.
Os dados disponíveis mostram que a vantagem para as avós nem é tão grande assim, comparada com a possibilidade de continuar tendo filhos.
Os dois pesquisadores foram então analisar se haveria potenciais custos sociais em caso da reprodução continuada.
“Nós colocamos o foco no conflito entre fêmeas porque ele é onipresente em outros vertebrados que cooperam na reprodução, mas tem sido ignorado na teoria da evolução da história da vida humana até agora”, disse Cant à Folha.
Para Cant e seu colega, a menopausa é uma adaptação que minimiza a competição reprodutiva entre as gerações de fêmeas de uma mesma família.
Mesmo em tribos de caçadores-coletores sem acesso à moderna medicina, as mulheres param de se reproduzir em torno da meia idade -apesar de poderem viver além dos 60 anos. Em média, nessas sociedades, o primeiro filho vem aos 19 anos de idade e o último aos 38 -ou seja, a avó pára de se reproduzir na época em que sua filha lhe dá o primeiro neto.
Segundo os pesquisadores, o ser humano mostra um índice “extraordinariamente baixo” de coincidência entre as fases reprodutivas das gerações, ao contrário do que acontece com os primatas próximos, como chimpanzés e orangotangos.
Cant e Johnstone ressaltam que a hipótese do “conflito reprodutivo” não veio substituir, mas sim complementar, a “hipótese da avó”.
A “competição reprodutiva” em outras espécies favorece as fêmeas mais velhas, dominantes, que retêm status reprodutivo e procuram suprimir a reprodução das mais novas. No homem o padrão foi revertido.

Genes da fertilidade
Isso também ajuda a explicar porque na escolha do parceiro é comum ver homens mais velhos com mulheres mais novas. “Eu acho que é mais fácil entender a preferência dos machos por fêmeas mais novas como uma conseqüência da menopausa, em vez de ser a sua causa”, declara Cant.
Como os machos permanecem férteis após 50 anos mas as fêmeas não, “isso leva a uma intensa competição pelas fêmeas, e nessa competição o sucesso do macho é muitas vezes dependente de recursos -isto é, riqueza-, que geralmente é acumulada por machos mais velhos”, diz o pesquisador.
Agora, a dupla começa a usar seu modelo para pesquisar quais genes afetariam o precoce término da fertilidade e por isso tenderiam a se acumular no genoma. “Isso poderá no futuro ajudar a dar pista sobre as bases genéticas da falha prematura ovariana e outras doenças da baixa fertilidade”, diz Cant.

25/03/2008 - 04:54h Clones contra Parkinson

Cientistas usam células-embrionárias para tratar o mal com êxito

Steve Connor Do Independent* - O Globo

Cientistas deram um passo importante para alcançar a cura do mal de Parkinson. Estudo realizado nos Estados Unidos demonstrou que é possível tratar esta doença degenerativa do cérebro com células obtidas de embriões clonados.
Os pesquisadores do Memorial Sloan-Kettering Center, em Nova York, fizeram a experiência com camundongos e acreditam que a descoberta é uma evidência significativa de que a técnica será útil em seres humanos que sofrem não apenas de Parkinson, mas de uma série de outras doenças incuráveis.
Eles comprovaram que o transplante de neurônios obtidos de embriões clonados, a partir de células retiradas da pele da própria cobaia, é eficaz contra o mal de Parkinson. O processo é conhecido como clonagem terapêutica.
— É algo excitante. Pela primeira vez, foram criadas a partir do próprio indivíduo células-tronco embrionárias com potencial de tratamento para doença de Parkinson — disse Kieran Breen, diretor de pesquisa da Sociedade de Doentes de Parkinson, organização que representa 120 mil pacientes no Reino Unido.

Estratégia para evitar problema de rejeição

 Para Breen, a terapia com célulastronco embrionárias é uma grande esperança para regeneração do cérebro.
E há chance de cura, permitindo que as pessoas recuperem sua autonomia ao se verem livres dos sintomas da doença. Cientistas britânicos planejam ampliar a pesquisa de clonagem terapêutica realizada nos EUA, incluindo o uso de embriões humanos híbridos (o óvulo é de animal) em procedimentos.
O trabalho foi publicado na revista científica “Nature Medicine”. A clonagem terapêutica também é conhecida como transferência nuclear. O DNA de uma célula de um doador é inserido num óvulo do qual foi extraído o núcleo. A célula é estimulada a se transformar num embrião. Este se desenvolve até o estágio de blastocisto, quando as células-tronco embrionárias (que originam todos os órgãos) podem ser extraídas. As células-tronco embrionárias são estimuladas a se diferenciar em laboratório. No caso, os pesquisadores conseguiram obter células do cérebro.
Como a informação genética das células obtidas são do próprio doador, não há rejeição, ou seja, elas não são atacadas pelo sistema imunológico depois de um transplante. No laboratório, americanos e japoneses liderados por Lorenz Studer, estudaram camundongos que sofriam de mal de Parkinson, que se caracteriza pela morte de certos neurônios que fabricam o neurotransmissor dopamina.
Células da pele da cauda desses animais foram raspadas e clonadas usando óvulos de camundongos que tiveram o núcleo removido.

Tratamento levou ao fim dos sintomas

 As células-tronco obtidas dos embriões clonados foram retiradas e cultivadas em laboratório para formar neurônios produtores de dopamina.
Depois elas foram transplantadas de volta ao cérebro dos camundongos doentes, e eles apresentaram melhora significativa numa série de experimentos.
Studer produziu 187 diferentes linhagens de células-tronco embrionárias a partir de 24 camundongos com Parkinson. A principal conclusão foi de que não houve sinais de rejeição, porque o tecido transplantado com células cerebrais foi da mesma cobaia que forneceu a célula de pele para gerar o embrião clonado.
Para Robin Lovell-Badge, do Conselho de Pesquisa Médica do Reino Unido, o estudo de Studer forneceu mais evidências de que a clonagem terapêutica tem potencial tratamento de graves doenças do cérebro.
— Os autores foram capazes também de testar várias linhas de célulasembrionárias correspondentes a cada um dos camundongos. A maioria parecia funcionar bem. Isto é muito animador, uma vez que indica que a técnica de clonagem é um método suficientemente sólido para reprogramar células de volta a um estado embrionário precoce — disse.
Um dos próximos passos será repetir a experiência com macacos. Isto permitirá melhores testes de segurança e de recuperação de funções.
Alguns cientistas tentam a cura do Parkinson com células cerebrais de cadáveres e fetos abortados. Mas pesquisadores argumentam que a clonagem seria mais eficaz.
— Nosso estudo mostrou que o tecido geneticamente coincidente funciona melhor — disse Viviane Tabar, do Sloan-Kettering. 

10/03/2008 - 08:58h Nobel defende pesquisas com células-tronco embrionárias

Alexandre Gonçalves - O Estado de São Paulo

O ganhador do Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia em 2007, Oliver Smithies, afirmou ontem em São Paulo que “um país que não tomar parte (nas pesquisas com células-tronco embrionárias) perderá a oportunidade de oferecer sua contribuição à humanidade”. O comentário foi feito no Parque do Ibirapuera, antes de uma palestra sobre sua experiência de 60 anos como biólogo molecular.

Na quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o julgamento sobre a constitucionalidade da utilização de células-tronco embrionárias em pesquisas por causa do pedido de vista do ministro Carlos Alberto Direito. O assunto só voltará para a fila de matérias a serem apreciadas em até 30 dias.Para o ministro Marco Aurélio Mello, um dos 11 membros do STF, a diferença dos votos contra ou a favor das pesquisas deverá ser muito pequena - “de um ou dois”.

Smithies espera que o STF adote uma nova perspectiva diante do problema ético suscitado pelas pesquisas. “Existe muita discussão sobre matar embriões. Mas, na verdade, trata-se de preservar a vida do embrião.” E esclarece seu ponto de vista com um exemplo. “Se eu morresse em um acidente de carro, algumas partes do meu corpo poderiam ser transplantadas. Desta forma, parte de mim continuaria vivendo em outras pessoas.”

O cientista acredita que os primórdios de qualquer campo de pesquisa costumam ser controversos, mas, com o tempo, as restrições, inclusive religiosas, tendem a diminuir e desaparecer. Em contraposição, o papa Bento XVI reafirmou ontem, em uma homilia para 200 jovens na igreja romana de São Lourenço, o valor incondicional da vida humana. “O homem é sempre homem com toda a sua dignidade, mesmo se estiver em estado de coma, mesmo se for um embrião”, disse.

Segundo Bento XVI, a ciência e, de um modo particular a medicina, representa uma grande luta pela vida, mas, mesmo se descobrissem a “pílula da imortalidade”, seriam incapazes de satisfazer a sede de eternidade latente no homem. “Imaginemos o que aconteceria com uma vida biológica imortal. Surgiria um mundo envelhecido, um mundo sem espaço para a juventude, para o novo. Esta não pode ser a imortalidade que desejamos”, afirmou.

ANIMAIS

Smithies também é favorável à utilização de cobaias nas pesquisas científicas, desde que fique comprovada a relevância dos estudos para o conhecimento científico. Hoje, o pesquisador participará da abertura do 1.º Simpósio Brasileiro de Tecnologia Transgênica, organizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

COLABOROU JOÃO NAVES

07/03/2008 - 09:51h Galileu motiva nova briga com a Igreja

Cientistas foram impedidos de coletar DNA

galileo.jpgMais de 360 anos depois de sua morte, o físico e astrônomo Galileu Galilei volta a ser motivo de polêmica entre a Igreja Católica e a ciência. O cientista que desafiou a teoria vigente de que a Terra era o centro do Universo e foi obrigado a renegar suas próprias idéias para não ser condenado à morte pela Inquisição é novamente pivô de uma briga que envolve religião e pesquisas científicas.

Pesquisadores italianos, liderados pelo professor Paulo Galluzzi, diretor do Instituto e Museu de História e Ciência, em Florença, querem exumar o seu corpo. Mas a Igreja é contra o projeto, e alega desrespeito.
Um dos objetivos da exumação é fazer exames de DNA para descobrir a causa da cegueira que acometia o cientista.

Pesquisadores querem também confirmar se o corpo com o qual Galileu divide seu túmulo é o da filha, a freira Maria Celeste.

Ele viveu de 1564 a 1642, e entrou em choque com autoridades da Igreja Católica ao afirmar que a Terra girava em torno do Sol (a teoria heliocêntrica, que contrariava o geocentrismo).

Por causa de suas afirmações e publicações, ele foi acusado de heresia e condenado a renunciar publicamente às suas idéias e à prisão por tempo indeterminado. A pena foi substituída por confinamento em casa, onde ele morreu. Os corpos estão enterrados na Basílica da Santa Cruz, em Florença.

Fonte O Globo

06/03/2008 - 09:52h Game over: jogo de damas foi resolvido

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O Estado de São Paulo - Fernando Reinach*

Todos os anos os editores da revista Science escolhem o que consideram as grandes descobertas do ano. É uma oportunidade para ficar sabendo de descobertas importantes que não foram divulgadas pela imprensa.

Neste ano, em décimo colocado, elegeram o trabalho de matemáticos canadenses que, depois de 18 anos, ‘resolveram’ o problema do jogo de damas. A boa notícia é que essa descoberta não diminuirá em nada o prazer de jogar damas.

O jogo de damas é um jogo de complexidade média; muito mais complicado do que o jogo da velha, onde cada jogador coloca peças em um quadrado três por três tentando obter três peças alinhadas, mas muito mais simples do que o jogo de xadrez, onde diferentes peças têm movimentos peculiares e o número de posições possíveis em um tabuleiro é enorme.

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03/03/2008 - 09:22h Em defesa do Estado laico

Geneticista é favorável à pesquisa com célula embrionária, em julgamento no STF

ENTREVISTA Mayana Zatz

A geneticista Mayana Zatz se notabilizou como uma das maiores defensoras do direito à pesquisa com células-tronco embrionárias no Brasil.

Diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano e pró-reitora de pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), Mayana é respeitada internacionalmente por seu trabalho sobre doenças genéticas.


Para ela, estará em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira, não apenas a legalidade das pesquisas, mas também o próprio direito de se fazer ciência laica, num Estado laico, sem determinações impostas por convicções religiosas.

Ana Lucia Azevedo - O Globo

O GLOBO: Por que as células-tronco embrionárias são tão importantes para a medicina?

MAYANA ZATZ: Porque só elas podem nos dizer como o organismo humano se desenvolve, que mecanismos estão envolvidos na formação de um ser humano. Também são fundamentais para a pesquisa do câncer. Esta é uma doença ligada à proliferação celular. Além disso, só as células-tronco do embrião têm realmente capacidade de formar todos os tipos de tecidos do corpo humano.

 No ano passado estudos mostraram ser possível reprogramar células da pele de uma pessoa adulta ao estágio de célula-tronco. Esse tipo de técnica substituiria o uso de células tiradas de embriões?

MAYANA: Não. Em primeiro lugar, essas células foram reprogramadas com a ativação de genes associados também ao desenvolvimento do câncer. E não existem sinais concretos de que esse risco possa ser afastado. Além disso, só as células do próprio embrião podem responder a questões básicas sobre o desenvolvimento do organismo.

Os próprios autores desses estudos deixaram bem claro que as células reprogramadas não substituem as embrionárias. São uma via nova de pesquisa, mas não uma substituição. As células reprogramadas não são idênticas às embrionárias.

Falta informação sobre a importância das pesquisas com células de embrião?

MAYANA: Sim. Eu fiquei impressionada ao verificar que muitas pessoas simplesmente não sabem o que é um embrião congelado, algumas confundem com feto, imaginam uma criancinha. Muita gente não tem noção que se trata de um blastocisto, um aglomerado de cerca de cem células invisível a olho nu. Os tubos de congelamento são da espessura dos cabelos e, mesmo assim, cada tubinho pode conter centenas de embriões. Além disso, a Lei de Biossegurança só permite o uso de embriões congelados criados em clínicas de reprodução assistida considerados inviáveis ou congelados há mais de três anos. E é necessária a autorização do casal genitor. Eles não resultarão em gravidez. Mas podem fornecer células para gerar tecidos, em pesquisas que podem salvar vidas.

 O que acontecerá se as pesquisas forem proibidas?

MAYANA: Em primeiro lugar, não vai mudar em nada a situação desses embriões congelados. Eles continuarão inviáveis. O destino deles é o descarte, não importa se isso significa ficar congelado para sempre numa clínica. Porém, fará grande diferença para pessoas doentes que lutam para continuar vivas.

A alteração da lei representará uma imenso atraso para o Brasil, um desastre para a ciência, uma volta à idade das trevas.

 O que a senhora acha da posição da Igreja?

MAYANA: A fé de uns não pode interferir no direito da população em ser beneficiada por esse tipo de pesquisa.
Além disso, uma religião não pode se impor sobre as outras.

18/02/2008 - 23:45h Uso de celular aumenta risco de câncer nas glândulas salivares, diz estudo

da Efe, em Jerusalém

O uso freqüente e prolongado do telefone celular contribui para o desenvolvimento de tumores benignos e malignos nas glândulas salivares. A informação é de uma pesquisa da cientista israelense Siegal Sadetzki.

Sadetzki, médica, epidemiologista e catedrática na Universidade de Tel Aviv, diz que quem usa o celular com freqüência tem uma chance 50% maior de desenvolver um tumor nas parótidas (glândulas situadas dos dois lados do rosto) do que aqueles que não usam o aparelho.

O maior risco se dá entre usuários freqüentes que moram em áreas rurais, já que os celulares precisam emitir maior radiação para compensar a escassez de antenas, segundo a pesquisa, divulgado pelo jornal “The Jerusalem Post”

A pesquisadora chegou a essas conclusões –recentemente publicadas no “American Journal of Epidemiology”– após examinar 500 israelenses com tumores benignos e malignos nas glândulas salivares.

Pesquisa

Sadetzki e sua equipe perguntaram ao grupo de pesquisados sobre os hábitos com o telefone celular e depois compararam os resultados com as respostas de 1.300 israelenses sem câncer.

A cientista destaca que queria que a amostra fosse israelense porque, “ao contrário de outros países, Israel adotou muito rapidamente a tecnologia móvel e desde então os israelenses se transformaram em grandes usuários de forma extraordinária”.

“Essa população incomparável [de usuários da telefonia móvel] revelou que o uso de celulares tem uma relação com o câncer”, algo difícil de provar por causa do longo período de latência de seu desenvolvimento, explica.

Cuidado

A cientista, que usa telefone celular, diz que é necessário “tomar precauções para diminuir a exposição e reduzir os riscos para a saúde”.

Ela recomenda, por exemplo, o uso de acessórios para evitar colocar o aparelho na orelha o tempo todo, afastar o celular do corpo durante as ligações e evitar as chamadas prescindíveis.

Sadetzki também pede que os pais pensem melhor quanto a seus filhos terem celular, apesar de melhorar a comunicação. “Parte da tecnologia que usamos atualmente traz riscos à saúde. A questão não é se vamos usá-la, mas como fazê-lo”, ressalta.


17/01/2008 - 18:09h Bissexualidade feminina não é só uma fase de indecisão


girlskissgirls's photo de 08/12/07

REUTERS e AGENCIA ESTADO

NOVA YORK - Um estudo psicológico recém-publicado afirmou que a bissexualidade feminina não é uma fase de transição entre o heterossexualismo e o lesbianismo, mas sim uma orientação sexual específica.
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08/01/2008 - 12:42h Ansiedade aumenta risco de doenças cardíacas, diz estudo

Pesquisa indica que fator tem importância mesmo quando combinada a outros.

BBC Brasil - BBC

- Uma nova pesquisa da University of Southern Califórnia, nos Estados Unidos, indica que a ansiedade pode aumentar o risco de uma pessoa desenvolver doenças cardíacas em até 40%.

Estudos anteriores já apontavam que pessoas com a personalidade do chamado Tipo A - com tendência à competitividade, falta de tempo, envolvimento em múltiplas funções, ansiedade excessiva e incapacidade de relaxar, entre outras características - têm maior propensão a desenvolver doenças cardíacas.
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27/12/2007 - 14:20h Cientistas próximos da criação de vasos sanguíneos artificiais

Minúsculos tubos são obtidos em laboratório a partir de células-tronco

O Globo

Cientistas americanos do Massachusetts Institute of Technology (MIT) anunciaram que estão próximos da criação de vasos sanguíneos artificiais.

Eles conseguiram criar minúsculos tubos em laboratório a partir de células-tronco.

A obtenção de vasos sanguíneos artificiais é considerado um dos importantes desafios da medicina regenerativa porque eles poderão transplantados para diversos órgãos que precisem de grandes quantidades de tecidos vasculares.
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23/12/2007 - 09:23h Ressuscitação e salvação




+ Marcelo Gleiser

A ciência esteve perto de realizar o mito de Frankenstein


C om a chegada do Natal, achei apropriado escrever sobre as recentes descobertas científicas na área da genética que prometem revolucionar o futuro. Não, o assunto não é células-tronco. Em 2003, quando o genoma humano foi finalizado, cientistas descobriram algo surpreendente: nossos corpos possuem restos de tipos de vírus chamados retrovírus, fósseis de batalhas imunológicas travadas há bilhões de anos.
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